segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Ensino em periferia

Como ser professor em uma sala de quarenta alunos ?
Como ensinar com vários métodos para que todos cheguem ao conhecimento?
O governo diz colocar investimento nas escolas,manipulando o professor com uma apostila na qual ele deve permanecer preso com seus conteúdos vagos.
Hoje conheci um menino no quinto ano analfabeto funcional,o menino é inteligente sabe responder o conteúdo passado,porém não sabe ler nada muito menos escrever...
Muitos professores não querem dar aulas em locais de periferia ou quando dão não tem paciência de explicar a matéria.
A criança se encontra em um local que não dão oportunidade de ascensão,sem perspectiva de continuidade academica.
Quando encontram uma pessoa que acreditam no seu futuro sabem valorizar essa pessoa.
muito me entristece em saber que os seres humanos não passam de números de estatísticas para o governo .
Aluno tem nome e deve ser tratado como o possuidor deste nome não como número,aluno tem seu tempo para aprender.
Enfim a única coisa que os alunos de rede pública precisam é de alguém que acredite neles.

domingo, 23 de setembro de 2012

Os bestializados


OS BESTIALIZADOS:

 O Rio de janeiro e a República que não foi.

 

                                                                                                                        Samira TONON

 

 

Resumo: Este artigo trabalhará as etapas do Brasil República, Visando descrever as mudanças econômicas, políticas e sociais. Trabalhando com a obra: Os Bestializados do autor José Murilo de Carvalho, que é trabalhada no Rio de janeiro, pois foi a capital da politica e da economia do país no inicio da república.

Palavras-Chave: Brasil República; política; Rio de janeiro.

Introdução:

Farei uma breve análise do ensino de História Brasil República utilizando a obra os bestializados: o Rio de Janeiro e a República que não foi, de José Murilo de Carvalho. A análise tende a descrever o Rio de janeiro, que foi a capital da política e da economia da época, e como foi às mudanças políticas do império á República, de acordo com o Aristides Lobo, o principal protagonista da república. “o povo não participou da República reivindicando seus direitos de cidadãos, mas sim participaram como meros espectadores bestializados.” (pág. 9).

Para José Murilo de Carvalho ele acha interessante está idéia ser transmitida por um observador participante, com a obra, ele mostra que o cidadão é a própria ação da política. Para o autor o povo era mais do que um povo bestializado e que tinha algo a mais nesta política a ser trabalhado.

Assim trabalhar com a transição do império para a República é essencialmente necessário para que se consiga entender o que passava na realidade.

 Em 1889 é onde começa as mudanças, principalmente na cultura e no social. E começa a ser controlada em 1904. Para os que eram reprimidos no governo monárquico, agora havia a possibilidade de participação, trazendo o entusiasmo para os operários, pois no regime anterior eram apenas trabalhadores sem merecimento de direitos, com a vinda da República os operários se viam como pessoas livres e sentiam-se a vontade de reivindicar seus direitos, tais como seguro de vida e férias.

A partir de 1890, houve tentativas de novos partidos vindo dos operários, a cidade do Rio de Janeiro tinha um retorno rápido das mudanças políticas, provando assim que havia participação do povo, mostrava que todos estavam em busca de mudanças e que havia algo a mais na política.

O Rio de janeiro passou por grandes mudanças neste período. A cidade passou por um aumento populacional em massa, com grande chegada de imigrantes principalmente portugueses. Além da chegada dos imigrantes tiveram também a abolição dos escravos, com isso houve uma crise no ramo do trabalho, devido ao excesso de mão de obra, fazendo com que as pessoas se submetessem a qualquer tipo de trabalho, deixando então a mão de obra cada vez mais barata. Abrindo portas para a depressão, alcoolismo e aos vícios. Constituindo assim a fobia aos estrangeiros, Floriano Peixoto começou a controlar a entrada dos imigrantes e a deporta-los, pois para muitos os imigrantes estavam roubando seus trabalhos e suas moradias esta fobia atingiu principalmente os portugueses que se caracteriza o primeiro problema.

 Os aumentos intensos de pessoas desempregadas ou com trabalhos informais, com um modo de vida precário, muitos viviam de forma ilegal. De acordo com o autor tais profissões eram depreciadas pela sociedade no século XIX, tais profissionais eram encarados como marginais pessoas perigosas, e dentro desta descrição havia o grupo de capoeiras que viviam nas ruas centrais.

Além disso, ouve o problema econômico o governo provisório emitiu muito dinheiro sem nenhum lastro, sendo então por um bom tempo uma república de banqueiros, onde as pessoas ficavam ricas aproveitando de qualquer oportunidade, conhecido como enriquecer por especulação, com o tempo houve uma inflação tão generalizada que os salários não estavam mais acompanhando o aumento dos preços.

Por meio do século o país entrou em uma crise e um processo de deflação, que só se neutralizou no governo de campos Sales. O que fez muitos passarem por dificuldades de sanidade básica, muitos passavam fome e a falta da comida deixa o corpo acessível á doenças e consequentemente á morte. Em 1891 começou o grande rastro de epidemias como varíola e a febre amarela.

Trazendo para o povo uma verdadeira revolta, pois ficava cada vez mais difícil de manter uma vida estável, com variáveis de preços todo dia, com a fome e principalmente com as doenças que cada vez se tornavam mais comuns.

Os valores antigos também passaram por mudanças muito rápidas, comparando a desigualdade dos sexos, pois havia mais homens do que mulheres no Rio de janeiro devido à imigração. Com isso menos matrimônios, e com o índice auto de nascimentos ilegítimos, pode-se usar como base para provar que os modos estavam mais soltos.

Isso se deu com a irritação da população perante as autoridades republicanas moralistas, o Deodoro que perseguiu os capoeiras e Floriano que tinha uma aparência repressora.

O grande problema que o governo enfrentava era de organizar o novo regime que pudesse substituir o arranjo imperial.

 Conforme o Murilo de Carvalho, ”Durante anos a República passou por várias crises, havendo constantes guerras civis, a economia estava ameaçada devido à crise do café, e havia uma necessidade emergencial de estabilizar o governo. ” (pág. 31).

Com isso podemos concluir que a República foi montada por movimentações de idéias, principalmente europeias.  De acordo com o autor “tais idéias nem sempre vinham corretamente ou vinham mal absorvidas ou fragmentadas, misturando o socialismo com o liberalismo, positivismo e anarquia.” (pág. 42.) Este período foi marcado no Rio de janeiro devido à vontade de conquistar riqueza a qualquer preço, a mudança do pensamento coletivo que ajudou a montar essa República, mudanças de ordens, princípios e moral.

Mudando o espirito eleitoral obtendo a eleição direta, conquistando assim a cidadania ativa.

Pode se dizer então na ênfase deste trabalho que a república não é apenas uma, mas com o estudo dentro de uma república, podemos achar varias e foi dentro deste processo de dessas mudanças, greves, lutas de direito trabalhista, e crises econômicas que a República do Rio de janeiro foi constituída.

Referências bibliográficas:                                                      

CARVALHO, José Murilo de. Os bestializados. O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das Letras. 2005. p. 9-65.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Outra visão de Brasil


AO BRASIL
Perguntei ao céu,tão lindo,
Por que é todo todo côr de anil,
Ele me disse, sorrindo,
-Eu sou o céu do Brasil
Perguntei ao sol, então,
A causa de tanta luz.
-Sou a glorificação
Da terra de Santa Cruz!
Depois,perguntei à lua:
-por que noites de luar ?
-É para enfeitar a tua Grande pátria beira mar.
Então,eu disse a floresta :
-És tão bela,verde inteira !
Ela respondeu em festa:
-Sou a mata brasileira!
Pergunte depois as aves :
-Por que estais a cantar?
-Cantamos canções suaves
para a patria saudar.
Céu e sol,Luar e cantos,
florestas e fontes mil,
enchem de eternos encantos
a minha patria -BRASIL.
R.S Fleury-1954

terça-feira, 19 de junho de 2012

patrimonio de Ribeirão preto


Estudio kaiser
No centro histórico de Ribeirão preto, na antiga sede da companhia Cervejaria Paulista, em 18 de abril de 1914, foi inaugurada a nova fábrica, construída a Avenida Jerônimo Gonçalves, próxima a Estação da Cia. Mogiana de Estradas de Ferro. Na margem oposta do mesmo córrego estava instalada a fábrica da Cia. Antárctica Paulista, também fabricante de bebidas e sua principal concorrente.
A Cia. Paulista desenvolveu-se no contexto econômico do ciclo do café, dos coronéis, dos cassinos, da imigração européia e do desenvolvimento urbano que esta economia desencadeou no interior do Estado de São Paulo. Desde a sua inauguração, em 1914 até a década de 70, a fábrica de bebidas da Cia. Paulista foi, juntamente com a Cia. Antárctica, responsável pelo desenvolvimento urbano da cidade. Gerou inúmeros empregos e contribuiu para a formação de mão-de-obra especializada,impulsionando o crescimento do Bairro de Vila Tibério e região Central da cidade.
A Cia. Paulista foi ainda precursora dos investimentos imobiliários que injetaram significativas cifras nas finanças locais em meio a crise iniciada em 1929. Em 1927, a Cia. Paulista investiu na compra de terrenos e antigos edifícios localizados à Praça XV de Novembro e, em 1930, inaugurou um Teatro de Ópera, um Edifício Comercial e um Hotel (o chamado Quarteirão Paulista, tombado pelo Condephaat). Estes investimentos, pioneiros, lançaram vultuosas somas na economia local, em plena crise e foram ainda responsáveis por lançar as bases do que viria a se tornar baseada a economia local até os nossos dias: uma cidade prestadora de serviços.
Apesar de uma crise financeira sofrida pela Cia. Paulista nas décadas de 30 e 40, a fábrica continuou sua produção até que, em 1973 fundiu-se com a sua grande rival a Cia. Antárctica Paulista, tornando-se a Cia. Antárctica temos  o estúdio kaiser de cinema.



Sendo um dos prédios  mais conservados que temos no município de ribeirão preto, preservando a memória da capital do Chopp no qual o município de Ribeirão preto ficou conhecido por  gerações.
Hoje os estúdios kaiser desenvolve o centro de produção de audiovisual, com um complexo de diferentes espaços próprios para produção de filmes, além de patrocinar fins culturais para a população como, por exemplo, oferece seções de filmes clássicos para o publico, foi à extensão da feira do livro de 2012, fornecendo espaço para bandas regionais, para o festival de musica da alta mogiana, além de ceder espaço para curadoria de acervos, além de sua recente inauguração da biblioteca de Artes.
Essa coletânea de integração cultural deixa vivo o sentimento de pertencimento  não só da população do município, mas de todos que amam a cultura e a arte, deixando a cidade mais rica e mais viva.




quinta-feira, 7 de junho de 2012

A formiguinha e a neve

uma vez uma formiguinha resolveu ir em uma festa,quando era noite de geada,muito frio.
Daí se arrumou toda,pegou uma bengalinha e foi;aquele frio ela ficou com a perninha gelada.
 e perguntou:
-a neve que prendeu meu pezinho ?
-eu sou fort que só o sol me derrete.
ela foi até o sol:
-o sol derrete a neve,a neve que prendeu o meu pezinho?
-eu sou tao forte que só a nuvem me tapa.
-a nuvem tapa o sol,o sol derrete a neve,a neve que prendeu o meu pezinho?
-eu sou tao forte que só o vento me espalha.
-vento espalha a nuvem,a nuvem tapa o sol,o sol derrete a neve,a neve que prendeu o meu pezinho?
-eu sou tao forte que só a parede me tapa.
-a parede tapa o vento,vento espalha a nuvem,a nuvem tapa o sol, o sol derrete a neve,a neve que prendeu o meu pezinho?
-eu sou tao forte que só o rato me fura.
-o rato fura a parede,parede tapa o vento,o vento espalha a nuvem,a nuvem tapa o sol,o sol derrete a neve,a neve que prendeu o meu pezinho?
-eu sou tao forte que só o gato me mata.
-o gato mata o rato,que fura a parede que tapa o vento, o vento espalha a nuvem, a nuvem tapa o sol, o sol derrete a neve, a neve que prendeu o meu pezinho?
-eu sou tao forte que só o cao me mata.
-cao mata o gato,o gato mata o rato,o rato que fura a parede,a parede tapa o vento,o vento espalha a nuvem,a nuvem tapa o sol,o sol derrete a neve,a neve que prendeu o meu pezinho? (...).

literatura folclorica -Filho P Americo.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Páscoa TJ

A Páscoa (hebr.: pé·sahh; gr.: pá·skha) foi instituída na noite que precedeu o Êxodo do Egito. A primeira Páscoa foi celebrada por volta da época da lua cheia, no dia 14 do mês de abibe (mais tarde chamado nisã) do ano 1513 AEC. Dali em diante, deveria ser celebrada anualmente. Abibe (nisã) cai nos meses de março-abril do calendário gregoriano. A Páscoa era seguida de sete dias da Festividade dos Pães Não Fermentados, de 15 a 21 de nisã. A Páscoa comemora a libertação dos israelitas do Egito e serem os seus primogênitos ‘passados por alto’ quando Jeová destruiu os primogênitos do Egito. Quanto à época do ano, caía no início da colheita da cevada.

A Páscoa era uma celebração comemorativa; portanto, a ordem bíblica era: “E terá de acontecer que, quando os vossos filhos vos disserem: ‘Que significa para vós este serviço?’, então tereis de dizer: ‘É o sacrifício da páscoa a Jeová, que passou por alto as casas dos filhos de Israel no Egito quando feriu os egípcios, mas livrou as nossas casas.’”

Visto que para os judeus o dia começava após o pôr-do-sol e terminava no pôr-do-sol do dia seguinte, o dia 14 de nisã começaria após o poente. A Páscoa seria comemorada na noite após a conclusão do dia 13 de nisã. Visto que a Bíblia declara definitivamente que Cristo é o sacrifício da Páscoa e que ele celebrou a refeição pascoal na noite antes de ser morto, a data de sua morte deve ser 14 de nisã, não 15 de nisã, a fim de cumprir com exatidão o fator tempo retratado no tipo, ou sombra, fornecido na Lei.

As
Leis Que Regiam Sua Observância. Cada família devia escolher um cordeiro ou um cabrito sadio, de um ano. Ele era levado para dentro de casa no dia 10 do mês de abibe e mantido ali até o dia 14, e então era abatido e seu sangue era esparrinhado com um ramo de hissopo nas ombreiras e nas vergas das portas da casa em que o comeriam (não na soleira da porta, onde o sangue seria pisado).

O cordeiro (ou cabrito) era abatido, esfolado, suas partes internas eram limpas e recolocadas no lugar, e ele então era assado inteiro, bem passado, sem que se lhe quebrasse nenhum osso.Se a família fosse pequena demais para consumir o animal inteiro, então devia ser partilhado com uma família vizinha e comido naquela mesma noite. Quaisquer sobras deviam ser queimadas antes do amanhecer.  Era comido com pães não fermentados, “o pão de tribulação”, e com ervas amargas, pois a vida deles fora amarga na escravidão.

o que significa a expressão “entre as duas noitinhas”?

Os israelitas contavam o dia de pôr-do-sol a pôr-do-sol. Assim, o dia da Páscoa começava no pôr-do-sol do dia 13 de abibe (nisã). O animal devia ser abatido “entre as duas noitinhas”. Há diferenças de opinião quanto à hora exata a que se refere esta expressão. Segundo alguns peritos, bem como os judeus caraítas e os samaritanos, trata-se do período entre o pôr-do-sol e a escuridão da noite. Por outro lado, os fariseus e os rabinistas consideravam que a primeira noitinha ocorria quando o sol começava a descer e que a segunda noitinha era o verdadeiro pôr-do-sol. Devido a este último conceito, os rabinos afirmam que o cordeiro era abatido no fim do dia 14, não no começo, e, portanto, que a refeição pascoal era realmente tomada no dia 15 de nisã.

Sobre este ponto, os professores Keil e Delitzsch dizem: “Desde data bem remota prevalecem diferentes opiniões entre os judeus quanto à hora exata tencionada. Aben Ezra concorda com os caraítas e com os samaritanos em considerar a primeira noitinha como a hora em que o sol mergulha abaixo do horizonte, e a segunda, como a hora de escuridão total; neste caso, ‘entre as duas noitinhas’ seria das 18 às 19:20 horas. . . . Segundo a idéia rabínica, a hora em que o sol começa a descer, a saber, das 15 às 17 horas, era a primeira noitinha, e o pôr-do-sol era a segunda; de modo que ‘entre as duas noitinhas’ era das 15 às 18 horas. Expositores modernos decidiram mui apropriadamente a favor do conceito expendido por Aben Ezra e do costume adotado pelos caraítas e pelos samaritanos.” — Commentary on the Old Testament (Comentário Sobre o Velho Testamento), 1973, Vol. I, O Segundo Livro de Moisés, p. 12; veja DIA.

À base do precedente, e especialmente em vista de textos tais como Êxodo 12:17, 18, Levítico 23:5-7 e Deuteronômio 16:6, 7, o peso da evidência tende para a aplicação da expressão “entre as duas noitinhas” ao período entre o pôr-do-sol e a escuridão. Isto significaria que a refeição pascoal era comida bem depois do pôr-do-sol, em 14 de nisã, pois era preciso considerável tempo para abater, esfolar e assar cabalmente o animal. Deuteronômio 16:6 ordena: “Deves sacrificar a páscoa, à noitinha, assim que se pôr o sol.” Jesus e seus apóstolos celebraram a refeição pascoal “depois de anoitecer”.  Judas saiu imediatamente depois da celebração da Páscoa, “e era noite”.  Quando Jesus comemorou a Páscoa com os 12 apóstolos deve ter havido longas conversas; daí, também, algum tempo seria usado por Jesus para lavar os pés dos apóstolos.

Na Páscoa realizada no Egito, o cabeça da família foi responsável por abater o cordeiro (ou cabrito) em cada casa, e todos deviam permanecer dentro de casa para evitar ser mortos pelo anjo. Os participantes comeram em pé, com os lombos cingidos, com o cajado na mão, com as sandálias nos pés, para que estivessem prontos para uma longa jornada em terreno acidentado (embora não raro trabalhassem descalços no dia-a-dia). À meia-noite, todos os primogênitos dos egípcios foram mortos, mas o anjo passou por alto as casas em que o sangue havia sido espargido. (Êx 12:11, 23) Toda família egípcia em que havia um varão primogênito foi atingida, desde a casa do próprio Faraó até o primogênito dos prisioneiros. Não morreram os que eram cabeça de casa, embora estes talvez fossem primogênitos, mas todo primogênito varão que se achava debaixo dum cabeça, bem como o primogênito macho dos animais.

As Dez Pragas lançadas sobre o Egito mostraram ser um julgamento contra os deuses do Egito, especialmente a décima: a morte dos primogênitos. (Êx 12:12) O carneiro era sagrado para o deus Rá, de modo que esparrinhar o sangue do cordeiro pascoal nos marcos das portas seria blasfêmia aos olhos dos egípcios. Além disso, o touro era sagrado, e a destruição dos primogênitos dos touros seria um golpe no deus Osíris. O próprio Faraó era venerado como filho de Rá. Assim, a morte do primogênito do próprio Faraó mostraria a impotência tanto de Rá como de Faraó.

No
Deserto e na Terra da Promessa. Só se menciona uma celebração da Páscoa no ermo. (Núm 9:1-14) A guarda da Páscoa durante a jornada no ermo provavelmente foi limitada, por duas razões: (1) As instruções originais de Jeová eram que ela tinha de ser observada quando chegassem à Terra da Promessa. (Êx 12:25; 13:5) (2) Os nascidos no ermo não haviam sido circuncidados (Jos 5:5), ao passo que todos os participantes varões da Páscoa tinham de ser circuncidados. — Êx 12:45-49.

O
Registro das Páscoas Celebradas. As Escrituras Hebraicas fornecem relatos diretos da Páscoa (1) no Egito (Êx 12); (2) no ermo junto ao Sinai, em 14 de nisã de 1512 AEC (Núm 9); (3) quando chegaram à Terra da Promessa, em Gilgal, e depois da circuncisão dos varões, em 1473 AEC (Jos 5); (4) na ocasião em que Ezequias restaurou a adoração verdadeira (2Cr 30); (5) a Páscoa de Josias (2Cr 35); e (6) a celebração feita por Israel depois do retorno do exílio babilônico (Esd 6). (Além disso, faz-se menção das Páscoas realizadas nos dias de Samuel e nos dias dos reis, em 2Cr 35:18.) Depois que os israelitas se estabeleceram na terra, a festividade da Páscoa era celebrada “no lugar que Jeová, teu Deus, escolher para ali fazer residir seu nome”, em vez de em cada casa ou nas várias cidades. Com o tempo, o local escolhido veio a ser Jerusalém. — De 16:1-8.

Acréscimos.
Depois de Israel se ter fixado na Terra da Promessa, certas mudanças foram feitas e vários acréscimos vieram a existir na celebração da Páscoa. Eles deixaram de participar da festa em pé, ou equipados para uma jornada, pois já estavam na terra que Deus lhes dera. Os celebrantes do primeiro século comiam-na costumeiramente recostados sobre o seu lado esquerdo, com a cabeça apoiada na mão esquerda. Isto explica como um dos discípulos de Jesus podia estar ‘recostado na frente do seio de Jesus’. (Jo 13:23) Na Páscoa realizada no Egito não se usou vinho, nem havia ordem alguma da parte de Jeová para que fosse usado na festividade. Tal costume foi introduzido mais tarde. Jesus não condenou o uso do vinho na refeição, mas bebeu vinho com os apóstolos e, depois, ofereceu-lhes um copo para que bebessem, ao instituir a Refeição Noturna do Senhor, a Comemoração de sua morte. — Lu 22:15-18, 20.

De acordo com fontes judaicas tradicionais, usava-se vinho tinto e passavam-se quatro copos, embora o serviço não se restringisse a quatro copos. Os Salmos 113 a 118 eram entoados durante a refeição, concluindo com o Salmo 118. É provável que tenha sido um destes salmos que Jesus e os apóstolos cantaram ao concluírem a Refeição Noturna do Senhor. — Mt 26:30.

Costumes
da Época da Páscoa. Faziam-se grandes preparativos em Jerusalém na época da festividade, visto que celebrar a Páscoa era um requisito da Lei para todo varão israelita e para todo varão dentre os residentes forasteiros circuncisos. (Núm 9:9-14) Isto significava que muitas pessoas viajavam para a cidade com muitos dias de antecedência. Chegavam antes da Páscoa, a fim de se purificarem cerimonialmente. (Jo 11:55) Diz-se que com cerca de um mês de antecedência se enviavam homens para preparar as pontes e colocar as estradas em boas condições para a conveniência dos peregrinos. Visto que o contato com um cadáver tornava impura a pessoa, tomavam-se precauções especiais para proteger o viajante. Por ser costumeiro enterrar pessoas em campos abertos caso morressem ali, os sepulcros eram tornados claramente distinguíveis por serem caiados um mês antes. (The Templo [O Templo], de A. Edersheim, 1874, pp. 184, 185) Isto permite entender as palavras de Jesus aos escribas e fariseus, de que eles se assemelhavam a “sepulcros caiados”. — Mt 23:27.

Para os que vinham a Jerusalém a fim de celebrar a Páscoa, ofereciam-se acomodações nas casas. Num lar oriental, podia-se dormir em todos os cômodos, e várias pessoas podiam ser alojadas em um só aposento. O teto plano da casa também podia ser usado. Adicionava-se a isto o fato de que muitos dos celebrantes obtinham alojamentos fora dos muros da cidade, especialmente em Betfagé e Betânia, dois povoados nas encostas do monte das Oliveiras. — Mr 11:1; 14:3.

Questões
Quanto à Seqüência dos Eventos. Foi a questão do aviltamento que deu lugar às palavras: “Eles mesmos não entraram no palácio do governador, para que não se aviltassem, mas pudessem comer a páscoa.” (Jo 18:28) Os judeus consideravam aviltante entrar na casa de um gentio. (At 10:28) Esta declaração, porém, foi feita “de manhã cedo”, portanto, depois de a refeição pascoal ter sido comida. Deve-se notar que, naquela época, o período inteiro, incluindo o dia da Páscoa e a Festividade dos Pães Não Fermentados que se seguia, era às vezes chamado de “Páscoa”. À luz deste fato, Alfred Edersheim dá a seguinte explicação: Na Páscoa se fazia uma oferta pela paz, voluntária, e no dia seguinte, 15 de nisã, o primeiro dia da Festividade dos Pães Não Fermentados, fazia-se outra, obrigatória. Esta segunda oferta é que os judeus tinham receio de não poder comer, caso se tornassem aviltados na sala de julgamentos de Pilatos. — The Temple, 1874, pp. 186, 187.

O
“primeiro dia dos Pães não Fermentados”. Surge também uma questão relacionada com a declaração em Mateus 26:17: “No primeiro dia dos Pães não Fermentados, os discípulos vieram a Jesus, dizendo: ‘Onde queres que preparemos para comeres a páscoa?’”

A expressão “primeiro dia” aqui poderia ser traduzida “dia anterior”. A respeito do uso da palavra grega aqui traduzida “primeiro”, a nota de rodapé de Mateus 26:17, na Tradução do Novo Mundo, diz: “Ou: ‘No dia antes dos.’ Esta tradução da palavra gr. [pró·tos], seguida pelo caso genitivo da palavra seguinte, concorda com o sentido e a tradução duma construção similar em Jo 1:15, 30, a saber: ‘existiu antes [pró·tos] de mim’.” Segundo o Greek-English Lexicon (Léxico Grego-Inglês), de Liddell e Scott, “[pró·tos] é às v. [às vezes] usado onde esperaríamos [pró·te·ros (que significa ‘antes, anteriormente’)]”. (Revisado por H. Jones, Oxford, 1968, p. 1535) Naquela época, o dia da Páscoa viera a ser considerado, em geral, como o primeiro dia da Festividade dos Pães Não Fermentados. Assim, pois, o grego original, harmonizado com o costume judaico, permite que a pergunta tenha sido feita a Jesus no dia anterior à Páscoa.

“Preparação.”
Em João 19:14, o apóstolo João, descrevendo a parte final do julgamento de Jesus perante Pilatos, diz: “Ora, era a preparação da páscoa; era cerca da sexta hora [do período diurno, entre 11 e 12 horas].” Naturalmente isto ocorreu depois da hora da refeição pascoal, que havia sido comida na noite anterior. Encontram-se expressões similares nos versículos 31 e 42 . Aqui o vocábulo grego pa·ra·skeu·é é traduzido “preparação”. Esta palavra parece assinalar, não o dia que antecedia 14 de nisã, mas o dia que precedia o sábado semanal, que, neste caso, era um “grande” sábado, a saber, não só um sábado em virtude de ser 15 de nisã, o primeiro dia da Festividade dos Pães Não Fermentados em si, mas também um sábado semanal. Isto é compreensível, visto que, conforme já dito, o termo “Páscoa” às vezes era usado para referir-se à inteira festividade. — Jo 19:31; veja PREPARAÇÃO.

Significado
Profético. O apóstolo Paulo, ao instar os cristãos a levar uma vida limpa, atribui significado pictórico à Páscoa. Diz ele: “Pois, deveras, Cristo, a nossa páscoa, já tem sido sacrificado.” (1Co 5:7) Ele aqui assemelha Cristo Jesus ao cordeiro pascoal. João, o Batizador, apontou para Jesus, dizendo: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29) É possível que João tivesse presente o cordeiro pascoal, ou talvez estivesse pensando no cordeiro que Abraão ofereceu em lugar de seu próprio filho, Isaque, ou no cordeiro que era oferecido cada manhã e cada noitinha sobre o altar de Deus, em Jerusalém. — Gên 22:13; Êx 29:38-42.

Certas particularidades da celebração da Páscoa cumpriram-se em Jesus. Um cumprimento está relacionado com o fato de que o sangue sobre as casas no Egito livrou os primogênitos israelitas da destruição às mãos do anjo destruidor. Paulo fala dos cristãos ungidos como a congregação dos primogênitos (He 12:23), e de Cristo como o seu libertador, mediante o seu sangue. (1Te 1:10; Ef 1:7) Nenhum osso do cordeiro pascoal devia ser quebrado. Havia sido profetizado que nenhum dos ossos de Jesus seria quebrado, e isto se cumpriu por ocasião de sua morte. (Sal 34:20; Jo 19:36) Assim, a Páscoa observada pelos judeus durante séculos era uma daquelas coisas em que a Lei provia uma sombra das coisas vindouras e apontava para Jesus Cristo, “o Cordeiro de Deus  
  fontes:   whatchtower  it3-pp. 178-181

sábado, 24 de março de 2012